Engenharia impulsiona mercado a sair da crise
A crise econômica e política que assola o Brasil há mais de um ano trouxeram sérias consequências para praticamente todos os setores da economia, e um dos mais atingidos foi a construção civil, considerado um dos principais alicerces do país, por ter sido o maior gerador de emprego do país. Apesar de a recessão perdurar mais tempo do que esperávamos, nos últimos meses, percebemos que aos pouco a luz volta a clarear com o desenvolvimento dessas áreas que empregam mais a tecnologia da engenharia e da agronomia em suas atividades, se tornando essenciais para a retirada do Brasil da crise.
No Tocantins, por exemplo, nos últimos meses, o Governo Federal destinou milhões em recursos, por meio de convênios, ao Estado para serem aplicados em obras de infraestrutura, a exemplo de R$ 160 milhões para a construção da ponte sobre o rio Araguaína, em Xambioá, R$ 124 milhões para as obras da Alça Viária Sul-Norte, em Palmas, R$ 22 milhões para a construção do Complexo Prisional Serra do Carmo e mais R$ 15 milhões para a finalização dos prédios dos campi da Universidade Federal do Tocantins (UFT) nas cidades de Arraias, Miracema, Porto Nacional e Tocantinópolis. Importantes investimentos que já começaram aquecer o mercado.
Os números oficiais ainda não foram divulgados, mas a projeção de especialistas de mercado é de que sejam gerados mais de 1.200 empregos diretos e mais de 3 mil indiretos quando essas obras de infraestrutura estiverem em atividade no Estado do Tocantins, sem contar com os gerados no agronegócio, principalmente com o aumento da produção de frango e peixe no Estado.
O setor do agronegócio muito tem contribuindo para retirar o país dessa dramática crise. Apesar da estiagem que atingiu praticamente todo o Brasil, o Tocantins não sentiu tanto seus efeitos e os produtores de soja, carne bovina, frango, frutas e outros contabilizam dividendos. Em 2015, o agronegócio tocantinense movimentou em exportação mais de US$ 630 milhões. Esses números são a confirmação de que estamos no caminho certo e de que precisamos apenas de alguns ajustes na política econômica para o país voltar a crescer no ritmo que realmente é necessário.
Todos esses números demonstram que o mercado está reagindo e que os investidores estão mais confiantes na recuperação do país. Por onde andamos, seja em eventos especifico da categoria de engenheira/agronomia ou outros, as conversas estão mais otimistas, os brasileiros estão mais confiantes, crendo que essa fase está sendo superada.
E nós, profissionais da área tecnologia devemos ter consciência da importância da nossa contribuição nesse processo. Alguns setores, como de produção, geração e distribuição de energia elétrica, não sofreram os efeitos da recessão na mesma proporção da construção civil, da indústria de transformação dentre outros. Pelo contrário para 2016, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o cenário hidrológico é muito mais favorável do que se projetava para 2014 e 2015, em função da previsão maior de chuvas já que, segundo a Aneel, do total de energia elétrica gerada no Brasil, 67% é de origem hidrelétrica.
Dessa forma, no atual cenário de escassez de água, temos a obrigação de não desperdiçar água e ainda desenvolvermos técnicas, principalmente no setor do agronegócio, de uso sustentável desse importante recurso natural. Não podemos esquecer também das outras fontes de geração de energia que temos no país, como a eólica e a solar. Ambas vêm crescendo muito no Brasil e nós, profissionais da área tecnológica devemos perceber as oportunidades que o próprio mercado nos apresenta para buscarmos alternativas que possam atender demandas de mercado e com isso contribuirmos com a retomada do crescimento do país.
João Alberto Rodrigues Aragão
Presidente licenciado do Sindicato dos Engenheiros, Arquitetos e Geólogos no Estado do Tocantins (Seageto)